O trabalho começou com a conversa na roda.
Perguntei se conheciam jogo de percurso, se sabiam o que era. Algumas crianças
disseram que sim, outras que não, mas tiveram dificuldade em explicar como se
jogava.
Em roda mesmo, mostrei o jogo percurso da
tartaruga, que é grande, sem números, sem obstáculos, apenas joga o dado e vai
andando a quantidade indicada no dado. Três crianças de cada vez jogaram, as
outras ficavam em roda observando. O jogo não demora muito para acabar, por
isso é possível fazer em roda, pois quem observa não se cansa. Essa atividade
foi realizada algumas vezes.
Uma outra versão do jogo de percurso com três
trilhas também sem número e sem obstáculos. As crianças brincaram na mesa em
grupos de três algumas vezes.
A próxima etapa era a introdução de um jogo
de percurso com números, obstáculos. Antes de iniciar o jogo fiz a leitura do
livro: Reciclando com os coelhinhos da autora Ingrid Biesemeyer Berllinghausen.
Após a leitura conversamos sobre assuntos tratados no livro, essa leitura foi
importante porque o jogo de percurso a seguir era a Trilha Ecológica.
Em roda apresentei o jogo Trilha Ecológica,
conversamos principalmente sobre as semelhanças e diferenças desse jogo com
relação aos outros dois que nós jogamos.
Em grupos menores de 3 ou 4 crianças fiz a
explicação novamente das regras da trilha e jogamos. Desde a primeira jogada
eles foram contando a quantidade tirada no dado, isso eles fizeram todas as
vezes que jogaram.
Jogamos algumas vezes a Trilha Ecológica, o
meu objetivo é que eles tivessem contato com o jogo, as regras, os números do
percurso e também com a linguagem dos desafios que pediam para avançar casas ou
voltar casas e também ficar uma rodada sem jogar.
Enquanto eles jogavam a todo momento eu
acompanhava, orientava e fazia a leitura dos desafios, nas primeiras vezes eu
explicava o significado, depois eles já sabiam e faziam o que era pedido. O
jogo no máximo tinha quatro crianças. Eles contaram as bolinhas do dado todas
as vezes que jogamos e também em muitas vezes contavam a casinha em que estavam
para avançar.
Após esse contato com jogo de percurso,
iniciei o trabalho para montarmos o nosso jogo. O tema escolhido foi trânsito.
Fiz a leitura em roda do livro: O trânsito no
mundinho da autora Ingrid Biesemeyer Bellinghausen. O livro mostra dez leis de
trânsito, durante a leitura fui explicando o que significava cada uma das leis.
Após a leitura conversamos sobre as leis mostradas e a importância de
obedecê-las. Durante a conversa alguns comentários foram feitos: “Meu pai
dirige bebendo cerveja”; “Meu pai passou o sinal vermelho e eu disse que o
vermelho era pra parar”; “Lá na rodoviária e na rua da minha igreja tem esse
semáforo”( a criança estava se referindo ao semáforo de pedestre). Foi
importante para perceber que muitas crianças estão atentas ao que ocorre no
trânsito e em volta delas, mesmo que elas não compreendam a maioria das leis,
mas algumas regras básicas elas já entendem.
A próxima atividade foi conversar sobre a
montagem do nosso jogo, expliquei que o tema do nosso seria trânsito e trouxe
os números impressos, fizemos a contagem colocando-os em ordem e depois as
crianças os pintaram.
Trouxe em seguida um vídeo: Bichos no
Trânsito, que tem menos de vinte minutos de duração. Ele é da empresa Ford, mas
aborda aspectos do trânsito com fantoches de animais. Conversamos sobre o
vídeo.
Antes de montar o jogo de percurso com eles,
fiz algumas tentativas para ver como ficaria o formato do jogo, tentei algumas
possibilidades que não deram certo, por causa do formato dos números, o jogo
teve que ter um formato que lembra a letra M.
O jogo foi montado em uma folha de cartolina,
fiz a montagem em roda pra eles verem, depois que ficou confirmado o formato,
colei os números.
O primeiro contato que eles tiveram com o
nosso jogo de percurso foi assim sem desafios, apenas o percurso para ser
percorrido de acordo com a quantidade tirada no dado. Todas as crianças jogaram
em grupos de 3 ou 4 crianças por vez. Após o jogo conversamos sobre o que
acharam, a maioria gostou do jogo.
A próxima etapa foi dar nome para o nosso
jogo, em roda, eles deram várias sugestões, mas mesmo eu lembrando que o tema
era trânsito, muitos deram nomes que não tinham nada a ver com o tema. O Daniel
sugeriu Trilha do Trânsito, sugeri para acrescentar a palavra divertida.
Perguntei para as crianças se concordavam e todos concordaram, o nome do jogo
ficou: Trilha Divertida do Trânsito.
Para a escolha dos desafios do nosso jogo,
fui perguntando o que era correto no trânsito, quais atitudes que deveríamos
ter. As crianças falaram algumas coisas e disseram que não pode ficar de pé no
ônibus escolar. Achei legal usar uma atitude muito próxima do cotidiano deles,
pois a maioria das crianças da sala vai de ônibus escolar fornecido pela
prefeitura para escola. Como o primeiro desafio era para avançar elaborei
assim: Você ficou sentado no ônibus escolar avance 3 casas. Falaram também do
semáforo e o desafio ficou: Você não respeitou o sinal vermelho espere 1
rodada. O outro desafio foi sobre o cinto de segurança e ficou assim: Não usar
o cinto de segurança é errado volte 2 casas.
Quando os desafios estavam elaborados, os
escrevi no jogo e depois todas as crianças jogaram em grupos de 3 ou 4 crianças
por vez. Conforme eles caiam nas casinhas que tinham os desafios eu fazia a
leitura e as crianças faziam o que era pedido. Mesmo quando tinha que ficar uma
rodada sem jogar, alguns faziam uma cara de que não gostaram, mas não reclamaram
e esperaram a rodada seguinte para voltar ao jogo. Eles querem vencer, são
competitivos, mas conseguiram respeitar as regras do jogo. Os que perdiam não
brigaram, ficavam na hora um pouco tristes mas já iam fazer outra coisa e tudo
ficava bem. Eles jogaram algumas vezes dessa maneira.
Em um outro momento fiz a proposta na roda de
acrescentarmos mais um desafio, perguntei sobre o que poderíamos falar, alguns
disseram assuntos que já estavam escritos, como o cinto de segurança. Uma das
crianças lembrou de uma das leis do livro O trânsito no mundinho que criança só
podia andar na rua com adulto. Então acrescentei o desafio: Você criança
atravessou a rua acompanhada por um adulto avance 1 casa.
Acrescentei o desafio no nosso jogo e
novamente todos jogaram. Durante as jogadas observei que continuam a contar as
bolinhas do dado e que às vezes se confundem e contam a casinha em que estão
para avançar o número tirado no dado. Também perguntei, quando já estavam
próximos do final, quantas casinhas faltavam para cada um terminar o jogo, a
maioria conseguiu responder. Em seguida perguntei se com uma jogada do dado era
possível ganhar, se a quantidade de casinhas que faltavam dava para ser tirada
no dado, a maioria não conseguiu me responder. Depois que eles respondiam fui
mostrando quais números tinham que ser tirados para eles ganharem e também
quando que era necessário mais de uma rodada para eles terem chance de ganhar.
No final as crianças conseguiram jogar e
entenderam as regras do jogo de percurso. Tem alguns aspectos que poderiam ser
melhorados como não precisar contar as bolinhas do dado, não contar a casinha
onde está para avançar e a questão dos números do percurso que às vezes
confunde as crianças. Acredito porém que apesar desses aspectos, conseguimos
atingir o objetivo proposto para o momento que era a elaboração do jogo e saber
jogá-lo.
O trabalho realizado não foi fácil, muitas
vezes tive receio de não conseguir, mas tive a ajuda da minha coordenadora
Adriana e também da professora Daniela que trabalha na mesma escola que eu e
está fazendo o curso.
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