Pesquisar este blog

"A mente que se abre a uma nova ideia, nunca voltará ao seu tamanho original."

Albert Einstein

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Jogo de Percurso - Professora Magda Roberta de Souza


O trabalho começou com a conversa na roda. Perguntei se conheciam jogo de percurso, se sabiam o que era. Algumas crianças disseram que sim, outras que não, mas tiveram dificuldade em explicar como se jogava.
Em roda mesmo, mostrei o jogo percurso da tartaruga, que é grande, sem números, sem obstáculos, apenas joga o dado e vai andando a quantidade indicada no dado. Três crianças de cada vez jogaram, as outras ficavam em roda observando. O jogo não demora muito para acabar, por isso é possível fazer em roda, pois quem observa não se cansa. Essa atividade foi realizada algumas vezes.




Uma outra versão do jogo de percurso com três trilhas também sem número e sem obstáculos. As crianças brincaram na mesa em grupos de três algumas vezes.
A próxima etapa era a introdução de um jogo de percurso com números, obstáculos. Antes de iniciar o jogo fiz a leitura do livro: Reciclando com os coelhinhos da autora Ingrid Biesemeyer Berllinghausen. Após a leitura conversamos sobre assuntos tratados no livro, essa leitura foi importante porque o jogo de percurso a seguir era a Trilha Ecológica.
Em roda apresentei o jogo Trilha Ecológica, conversamos principalmente sobre as semelhanças e diferenças desse jogo com relação aos outros dois que nós jogamos.
Em grupos menores de 3 ou 4 crianças fiz a explicação novamente das regras da trilha e jogamos. Desde a primeira jogada eles foram contando a quantidade tirada no dado, isso eles fizeram todas as vezes que jogaram.
Jogamos algumas vezes a Trilha Ecológica, o meu objetivo é que eles tivessem contato com o jogo, as regras, os números do percurso e também com a linguagem dos desafios que pediam para avançar casas ou voltar casas e também ficar uma rodada sem jogar.



Enquanto eles jogavam a todo momento eu acompanhava, orientava e fazia a leitura dos desafios, nas primeiras vezes eu explicava o significado, depois eles já sabiam e faziam o que era pedido. O jogo no máximo tinha quatro crianças. Eles contaram as bolinhas do dado todas as vezes que jogamos e também em muitas vezes contavam a casinha em que estavam para avançar.
Após esse contato com jogo de percurso, iniciei o trabalho para montarmos o nosso jogo. O tema escolhido foi trânsito.
Fiz a leitura em roda do livro: O trânsito no mundinho da autora Ingrid Biesemeyer Bellinghausen. O livro mostra dez leis de trânsito, durante a leitura fui explicando o que significava cada uma das leis. Após a leitura conversamos sobre as leis mostradas e a importância de obedecê-las. Durante a conversa alguns comentários foram feitos: “Meu pai dirige bebendo cerveja”; “Meu pai passou o sinal vermelho e eu disse que o vermelho era pra parar”; “Lá na rodoviária e na rua da minha igreja tem esse semáforo”( a criança estava se referindo ao semáforo de pedestre). Foi importante para perceber que muitas crianças estão atentas ao que ocorre no trânsito e em volta delas, mesmo que elas não compreendam a maioria das leis, mas algumas regras básicas elas já entendem.
A próxima atividade foi conversar sobre a montagem do nosso jogo, expliquei que o tema do nosso seria trânsito e trouxe os números impressos, fizemos a contagem colocando-os em ordem e depois as crianças os pintaram.
Trouxe em seguida um vídeo: Bichos no Trânsito, que tem menos de vinte minutos de duração. Ele é da empresa Ford, mas aborda aspectos do trânsito com fantoches de animais. Conversamos sobre o vídeo.
Antes de montar o jogo de percurso com eles, fiz algumas tentativas para ver como ficaria o formato do jogo, tentei algumas possibilidades que não deram certo, por causa do formato dos números, o jogo teve que ter um formato que lembra a letra M.
O jogo foi montado em uma folha de cartolina, fiz a montagem em roda pra eles verem, depois que ficou confirmado o formato, colei os números.



O primeiro contato que eles tiveram com o nosso jogo de percurso foi assim sem desafios, apenas o percurso para ser percorrido de acordo com a quantidade tirada no dado. Todas as crianças jogaram em grupos de 3 ou 4 crianças por vez. Após o jogo conversamos sobre o que acharam, a maioria gostou do jogo.


A próxima etapa foi dar nome para o nosso jogo, em roda, eles deram várias sugestões, mas mesmo eu lembrando que o tema era trânsito, muitos deram nomes que não tinham nada a ver com o tema. O Daniel sugeriu Trilha do Trânsito, sugeri para acrescentar a palavra divertida. Perguntei para as crianças se concordavam e todos concordaram, o nome do jogo ficou: Trilha Divertida do Trânsito.
Para a escolha dos desafios do nosso jogo, fui perguntando o que era correto no trânsito, quais atitudes que deveríamos ter. As crianças falaram algumas coisas e disseram que não pode ficar de pé no ônibus escolar. Achei legal usar uma atitude muito próxima do cotidiano deles, pois a maioria das crianças da sala vai de ônibus escolar fornecido pela prefeitura para escola. Como o primeiro desafio era para avançar elaborei assim: Você ficou sentado no ônibus escolar avance 3 casas. Falaram também do semáforo e o desafio ficou: Você não respeitou o sinal vermelho espere 1 rodada. O outro desafio foi sobre o cinto de segurança e ficou assim: Não usar o cinto de segurança é errado volte 2 casas.
Quando os desafios estavam elaborados, os escrevi no jogo e depois todas as crianças jogaram em grupos de 3 ou 4 crianças por vez. Conforme eles caiam nas casinhas que tinham os desafios eu fazia a leitura e as crianças faziam o que era pedido. Mesmo quando tinha que ficar uma rodada sem jogar, alguns faziam uma cara de que não gostaram, mas não reclamaram e esperaram a rodada seguinte para voltar ao jogo. Eles querem vencer, são competitivos, mas conseguiram respeitar as regras do jogo. Os que perdiam não brigaram, ficavam na hora um pouco tristes mas já iam fazer outra coisa e tudo ficava bem. Eles jogaram algumas vezes dessa maneira.


Em um outro momento fiz a proposta na roda de acrescentarmos mais um desafio, perguntei sobre o que poderíamos falar, alguns disseram assuntos que já estavam escritos, como o cinto de segurança. Uma das crianças lembrou de uma das leis do livro O trânsito no mundinho que criança só podia andar na rua com adulto. Então acrescentei o desafio: Você criança atravessou a rua acompanhada por um adulto avance 1 casa.
Acrescentei o desafio no nosso jogo e novamente todos jogaram. Durante as jogadas observei que continuam a contar as bolinhas do dado e que às vezes se confundem e contam a casinha em que estão para avançar o número tirado no dado. Também perguntei, quando já estavam próximos do final, quantas casinhas faltavam para cada um terminar o jogo, a maioria conseguiu responder. Em seguida perguntei se com uma jogada do dado era possível ganhar, se a quantidade de casinhas que faltavam dava para ser tirada no dado, a maioria não conseguiu me responder. Depois que eles respondiam fui mostrando quais números tinham que ser tirados para eles ganharem e também quando que era necessário mais de uma rodada para eles terem chance de ganhar.
No final as crianças conseguiram jogar e entenderam as regras do jogo de percurso. Tem alguns aspectos que poderiam ser melhorados como não precisar contar as bolinhas do dado, não contar a casinha onde está para avançar e a questão dos números do percurso que às vezes confunde as crianças. Acredito porém que apesar desses aspectos, conseguimos atingir o objetivo proposto para o momento que era a elaboração do jogo e saber jogá-lo.
O trabalho realizado não foi fácil, muitas vezes tive receio de não conseguir, mas tive a ajuda da minha coordenadora Adriana e também da professora Daniela que trabalha na mesma escola que eu e está fazendo o curso.

O trabalho com jogo de percurso foi tão positivo que na 1ª Mostra Educacional da minha escola, terá uma oficina de jogo de percurso, onde as crianças de qualquer ano juntamente com um responsável poderá montar o seu jogo de percurso. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário