O início do trabalho foi em
roda, perguntei se eles sabiam o que estava desenhado lá fora no pátio da
escola. Rapidamente eles responderam amarelinha. Em seguida fui perguntando se
tinha apenas um tipo de amarelinha na escola, disseram que não, que tinham dois
tipos. Identificaram também as diferenças entre elas, sobre a maneira de pular.
Eles foram demonstrando com as mãos que pulava com dois pés e depois com um pé.
Algumas crianças pela
maneira como falaram da amarelinha, conheciam a brincadeira e já tinham
brincado, a maioria dessas crianças frequentaram a creche. Elas também
demonstraram como pulava a amarelinha caracol( não a nomearam) com um pé só. A
Deborah foi uma criança que se destacou nesse início de conversa.
Depois da maneira de pular
perguntei sobre o que mais era necessário para pular a amarelinha, logo eles
falaram da pedra. Em seguida retomamos como era a brincadeira incluindo o uso
da pedra. Após a conversa na roda fomos para o pátio e fizemos o primeiro
contato com a brincadeira.
Fiz um semi círculo em volta
da amarelinha. Fiz a demonstração de como pulava(sem usar a pedra), todos
observaram, pulei mais de uma vez, mostrando que havia a alternância com dois
pés ou um pé só. Depois as crianças foram pulando (também sem a pedra), algumas
pularam com dois pés quando era para pular com 1 pé. Na primeira rodada,
pularam livremente, na segunda rodada fui orientando, mostrando que era com
dois pés ou com um pé. O Victor se recusou a pular, insisti, peguei na mão dele
e fomos juntos, mais andando do que pulando, mas realizou a atividade.
Os dois tipos de amarelinha
estão muito próximas, por isso eles também pularam livremente na do caracol,
demonstrei como pulava e eles foram. Logo nesse início já tivemos que conversar
sobre regras, muitos não conseguiram pular com um pé só na caracol, então
conversamos e decidimos que poderiam pular com os dois pés juntos cada casinha
se achassem mais fácil.
Para realizar a atividade
com os pequenos grupos, acompanhando a brincadeira, achei que precisaria de uma ajuda, alguém para ficar
com as outras crianças que não estão pulando na brincadeira. Conversei com a
minha coordenadora que prontamente me ajudou e se dispôs a ficar comigo durante
a atividade. Combinamos o dia e horário e conseguimos fazer a atividade.
Tem duas amarelinhas do tipo
tradicional desenhadas na escola, em cada uma ficaram três crianças que eu
acompanhava de perto, observando, conversando, as outras crianças ficaram
brincando próximas com outros brinquedos com a coordenadora as observando.
Antes de iniciarmos fui
procurar duas pedras para jogarmos, eles me ajudaram, encontramos e começamos.
Demonstrei como pulava, conversamos sobre a pedra, que na casa onde ela
estivesse não poderia pisar. Iniciamos a brincadeira, eles estavam muito
empolgados e conseguiram brincar. O interessante foi perceber que na medida que
eles pulavam, começavam a adquirir mais habilidades ao jogar a pedra e também
em pular. O Victor que teve dificuldade no primeiro contato, pulou porque eu
estava orientando outra criança quando ele ia começar , por isso ele foi meio
sem jeito, na primeira vez apenas andando, da outra já pulando.
Quando conversamos sobre o
que foi fácil, difícil durante a brincadeira, o Daniel disse que quando está
mais longe é mais difícil, ele estava se referindo a casinha oito, porque
quando ele foi jogar a pedra percebeu que era mais difícil acertá-la. Na grande
maioria eles acharam fácil a brincadeira da amarelinha.
Apesar das crianças já terem
tido uma primeira experiência com a amarelinha caracol, em roda retomamos o que
eles conheciam, as regras e como jogava. Novamente com a ajuda da minha
coordenadora, fizemos a vivência. No jogo foram quatro ou cinco crianças por vez, os demais ficaram com a coordenadora, brincando
perto da gente.
Foi muito bom, eles gostaram
muito e fomos fazendo as adaptações necessárias, como pular com os dois pés
juntos quando não conseguiam pular com um pé só. Também começaram a ter mais
facilidade para jogar a pedra.
Fizemos em roda uma conversa
sobre as dificuldades e facilidades da amarelinha e também semelhanças e
diferenças entre elas. Perceberam que em uma pula com um pé só e na outra pula
tanto com um pé como com os dois. De forma geral eles acharam fácil brincar nas
duas amarelinhas.
Durante a merenda eles
sempre querem pular a amarelinha e frequentemente falam na sala se vamos
brincar de amarelinha hoje. Essas atitudes mostram o quanto eles gostaram das
atividades.
Para apresentar outro tipo
de amarelinha, perguntei se eles conheciam alguma outra amarelinha diferente
daquelas duas que nós já conhecíamos. Eles ficaram pensando um pouquinho,
alguns falaram das duas que a gente brincou, mas a maioria falou que não
conhecia.
Falei pra eles que existiam
alguns outros tipos de amarelinha e que a gente ia conhecer um novo tipo. Peguei
a amarelinha orelha e coloquei no meio da roda. Imediatamente eles se
aproximaram e começaram os comentários e as expressões de curiosidade. Daniel
logo falou dando risada que era engraçada e em seguida ele disse “
profissional”. Achei muito interessante esse comentário dele. Guilherme já foi
demonstrando, pelo que viu, com as mãos como pulava, quando eram necessários
dois pés e quando era um pé só.
Da mesma forma que eu fiz
com as outras, demonstrei como pulava e depois um de cada vez pulou. O fato que
mais me chamou atenção foi o Ryan, ele tem muitas faltas, não participou de
nenhuma das atividades anteriores com a amarelinha, por isso ficou muito nítida
a diferença entre ele e as outras crianças. Ele teve muito mais dificuldade do
que os outros, mesmo que nem todas as crianças consigam pular de maneira
correta. Percebi como houve evolução desde a primeira vez até agora.
Depois que todos tinham
pulado, perguntei se queriam pular com a pedra, a resposta foi positiva, então
todos pularam as duas primeiras casas utilizando a pedra.
A sequência didática com a
amarelinha ainda não foi terminada, mas até aqui o trabalho foi muito
desafiador, em alguns momentos tive receio de não consegui realiza-lo, mas
quando comecei a fazer a sequência didática percebi que era possível.
A minha avaliação é
positiva, pois as crianças estão envolvidas, estão gostando e aprendendo com as
atividades. Eu estou aprendendo, ampliando as possibilidades de trabalho e
também trocando experiências com as colegas da Educação Infantil durante o
curso. Outro ponto positivo foi o envolvimento da coordenadora, que também faz
o curso e que me ajudou muito na realização das atividades.
Algumas dificuldades também
existem, administrar o tempo das atividades do curso com as demais atividades da
rotina, os fatos inesperados, as expectativas que não são atingidas, mas a cada
semana a gente vai tentando fazer melhor.
Durante o curso percebi que
a sequência didática é um pouco mais complexa do que pode parecer e possui
algumas características que devem ser respeitadas, e nós devemos estar atentas
a isso. A sequência didática proposta é longa, mas é possível e pode dar bons
resultados.